segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Murmurar...
Rompendo com o hábito de*&%%MURMURAR *&%¨# “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor”. 1 Coríntios 10:10 Murmurar significa reclamar, maldizer, conceber mau juízo[1]. Reclamamos com instantaneidade, agradecemos com vagarosidade. A murmuração é o grande mal desta geração. Mas há algo de bom na murmuração, por incrível que pareça: ela denuncia a nossa distância de Deus. E como sintoma denunciante ela indica o alto grau do nosso descontentamento. Enfim, a murmuração torna evidentes as percepções ingratas que temos sobre as coisas e demonstra o quanto somos insatisfeitos. É necessário romper com esse péssimo hábito. Nossa primeira atitude, em geral, é criticar o murmurador. Mas isso não basta. Antes de ser um chato murmurante, aquele que reclama está doente. Sofre de enfermidade da alma. É gente que não foi amada, valorizada e preenchida. Possui muitas lacunas emocionais e traumas, por isso não pode dar aquilo que não recebeu. Todo o passado volta à tona, geralmente, exteriorizado através de revolta verbal. Alguém o frustrou no passado. Talvez, seus pais disseram que não era bom o suficiente. Quiçá, não tenha recebido afeto satisfatório? Ou ainda, tenha sido alvo de muita ingratidão por parte daqueles que beneficiou um dia? Não sabemos os motivos ou a origem exata. Entretanto, é certo que você está doente e precisa de cura na alma. A murmuração é apenas um sintoma de um mal maior. É a conseqüência, não a causa. O murmurador sofre e através da falação coloca para fora seu sofrimento psíquico. Como todo enfermo, portanto, precisa ser cuidado. O oposto da murmuração é o agradecimento. A alma grata está farta de amor. Por isso, a melhor maneira de lidar com o murmurador é amando-o ultra circunstancialmente e sendo agradecido. Ele é escravo das suas próprias algemas emocionais. Precisa ser amado para libertar-se. O amor lança fora o medo, inclusive aquele que nos afugenta do contentamento. Portanto, ao murmurador deve-se o amor. Pague o mal com o bem sempre que possível e você imunizará o doente com a vacina do amor e da gratidão. O murmurador geralmente é arrogante. Os soberbos não têm lugar no coração de Deus. Lúcifer foi afastado de sua gloriosa presença por causa desse pecado (Ez 28:17). Deus resiste a soberba, mas dá graça aos humildes. Comumente, o murmurador tem a péssima mania de achar solução para todas as coisas. Considera-se perito em todos os assuntos. Valoriza mais ideias para ganhar dinheiro a própria opinião que a dos outros. E olha para as pessoas de cima para baixo. O murmurador comumente é ansioso. A ansiedade flagra nossa falta de confiança em Deus. Ela delata nossas percepções erradas e denuncia que as nossas expectativas não são as mesmas de Deus. Por isso, gera frustração. É inútil, pois nos leva a sofrer antes de as coisas ocorrerem; e depois também, quando acontecem. Faz-nos de bobo. Prega-nos uma peça. Alguém disse que “60% das coisas pelas quais ficamos ansiosos jamais acontecerão”. Não é estranho que pessoas murmuradoras estejam extremamente frustradas, depressivas e com baixa-estima. Ansiedade e murmuração são irmãs, pois ambas neutralizam nossa fé. A ansiedade mede o quanto não confiamos em Deus; a murmuração reflete o quanto estamos insatisfeitos com o que ele tem feito. A cultura da murmuração. Além de servir como o diagnostico de alguém insatisfeito, a murmuração é também um traço cultural. Não é apenas um hábito pessoal, mas coletivo. Depende do ambiente. Um padrão comportamental que tem como código de ética a constante insatisfação. Geralmente o ambiente da murmuração é extremamente carente de fé, sabedoria e do conhecimento das Escrituras. Em família, escolas, empresas, igrejas ou qualquer outro lugar de ajuntamento onde essas virtudes não sejam ensinadas, a murmuração encontrará solo fértil para crescer e se alastrar. É necessário neutralizá-la imediatamente, durante e depois. Esta conduta degenerativa para todos os grupos sociais desagrega igrejas inteiras e até famílias. Não basta não alimentar a tradição da murmuração, é preciso também atacá-la fervorosamente. Afinal, uma pessoa de fé, cheia de sabedoria e do conhecimento das Escrituras não será alvo fácil desse espinhoso costume. A murmuração não resolve nada e ainda piora as coisas. Ela reflete a distância a que as pessoas estão dos valores do Evangelho. É a insatisfação própria que gera o desejo de ajustar a vida criticando a dos outros. É parecida com a inveja, pois, de regra, surge eivada de comparações arrogantes. É como o sujeito que julga o político por ser político e não por ser corrupto, todavia almejaria estar no lugar dele – por considerar-se mais competente. Ou aquele que, por invejar a posição social de outrem o ataca com palavras depreciativas. Murmuração é veneno que se toma pensando que o outro vá morrer. É a fossa que cavamos para a nossa própria destruição. Definitivamente, vale a pena romper com o hábito de murmurar.